Ficha do Proponente
Proponente
- Mariarosaria Fabris (USP)
Minicurrículo
- Doutora em Artes (Cinema) pela ECA/USP e docente aposentada da FFLCH/USP. Pesquisadora junto à Università degli Studi di Napoli e, em nível de pós-doutoramento, na Università di Roma – Tor Vergata. É autora de Nelson Pereira dos Santos: um olhar neo-realista? (1994), O neo-realismo cinematográfico italiano: uma leitura (1996) e de textos publicados em periódicos e publicações coletivas no Brasil e no exterior.
Ficha do Trabalho
Título
- À sombra de Pierpà
Mesa
- Confluências Pasolinianas
Resumo
- Análise da matriz comum de Accattone (1961), de Pier Paolo Pasolini, La notte brava (1959), de Mauro Bolognini, e La commare secca (1961), de Bernardo Bertolucci, e sua relação com Ragazzi di vita (1955) e Una vita violenta (1959), primeiros romances publicados por Pasolini. O objetivo da comunicação é verificar até que ponto o experiente Bolognini e o estreante Bertolucci se deixaram contaminar pelo universo pasoliniano.
Resumo expandido
- Em 1961, Pier Paolo Pasolini lançava seu primeiro filme, Accattone (Desajuste social). Na época, Pasolini já era um escritor consagrado, graças também à polêmica suscitada por seus primeiros romances publicados, Ragazzi di vita (Meninos da vida, 1955) e Una vita violenta (1959), em que retratava o universo das periferias romanas. Embora tivessem temas e tipos comuns, o filme não era apenas uma retomada dos romances, mas aprofundava o discurso que o cineasta novato havia iniciado na literatura.
A estréia de Pasolini como diretor, porém, não era sua primeira colaboração com o cinema, uma vez que ele já vinha se destacando como roteirista e argumentista. É sobre essas duas atividades que gostaria de debruçar-me, escolhendo como objeto de minha investigação duas produções da passagem dos anos 1950 para os sessenta: La notte brava (A longa noite de loucuras, 1959), de Mauro Bolognini, e La commare secca (A morte, 1961), de Bernardo Bertolucci, para as quais Pasolini escreveu o roteiro e o argumento, respectivamente.
O que me interessa analisar é a matriz comum a Accattone, La notte brava e La commare secca, bem como sua relação com as obras literárias citadas, para verificar até que ponto o experiente Bolognini e o estreante Bertolucci se deixaram contaminar pelo universo pasoliniano.
Bibliografia
- FABRIS, Mariarosaria. “A língua como ideologia”. Língua e Literatura. São Paulo, ano XII, n. 15, 1986, p. 137-146; ___. “A margem da redenção: considerações sobre Accattone”. Revista de Italianística, São Paulo, n. 1, jul. 1993, p. 91-99; MICCICHÉ, Lino. Il cinema italiano degli anni ’60. Venezia: Marsilio, 1975; PASOLINI, Pier Paolo. Alì dos olhos azuis. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2006; ___. “La Comare Secca” e “La Notte Brava”. In: Per il cinema. Milano: Mondadori, 2001, p. 2613-2633, 2195-2228; ___. Meninos da vida. São Paulo: Brasiliense, 1985; ___. Una vita violenta. Milano: Garzanti, 1959; SITI, Walter; ZABAGLI, Franco. “La Comare Secca (1960)” e “La Notte Brava (1959)”. In: PASOLINI, Pier Paolo. Per il cinema. Milano: Mondadori, 2001, p. 3216-3217, 3188-3189.